quarta-feira, 25 de outubro de 2023

O ABC DE SALVADOR

 


Axé!


Bahia de todos os santos

Caetano canta seus encantos


Dona de um clima quente que o corpo aquece

Enobrece


Faróis a avistar

Grandeza à beira-mar

História viva a testemunhar


Itapuã dos poetas e cantores

Jorge Amado e Castro Alves, com textos sedutores


Luz do luar é mais límpida

Mística


Natureza tropical

Ó pai, ó

Povo musical


Quitutes, como cocada, acarajé e abará

Referência gastronômica melhor não há

Satisfação de aroma e paladar 


Timbalada, ritmo que embala dos baianos a lida

Urbanidade cantante na religião e na vida 

Vibra


Xodó do Nordeste

Zelo de um povo, do litoral ao Agreste.









domingo, 8 de outubro de 2023

40 ANOS DEPOIS, A REALIZAÇÃO DE UM SONHO ADOLESCENTE

 


Anos 80! Vivi minha adolescência com intensidade nessa década frenética, em que o rock brasileiro atingiu seu auge de criatividade, lançando músicas e cantores que se eternizaram. Naquela época, eu sonhava em visitar o Rio de Janeiro e assistir ao vivo  cantores e bandas do rock brasileiro, como RPM,  Paralamas do Sucesso, Titãs, Legião Urbana e Barão Vermelho. Uma delas, em especial, é o objeto deste meu texto. 

O ano era 1982 ou 1983, não me lembro ao certo. O que me lembro bem é que eu e minha colega de escola da 8ª série, Magda Roberta, éramos apaixonadas pela banda Blitz e pelo Evandro Mesquita, vocalista. Ouvíamos e cantávamos todas as músicas em várias tardes na casa dela. Até hoje, mais de 40 anos depois, sei de cor a maioria das canções. Um belo dia, veio a notícia de que a banda viria a se apresentar em Santos, no Clube Sírio Libanês, no bairro do Gonzaga. A mãe da minha amiga ia levá-la e convidou-me para ir junto. Desnecessário falar que meu pai não deixou, né? Imagina, eu, com 14 anos, indo a um show de rock tarde da noite. Eu tinha autorização para passear e chegar só até 20h em casa. Implorei, mas nada adiantou. Para piorar a situação, minha amiga pediu-me para ir com ela, numa tarde, comprar os ingressos, e eu fui. Lógico que adormeci chorando naquela noite. Ah, as dores da adolescência! 

O ano, agora, é 2023. Quatro décadas depois do acontecido. Enquanto navegava pelo Instagram, deparei-me com o anúncio do ano para mim: um show das bandas Blitz e Barão Vermelho no Morro da Urca, no Rio de Janeiro. A lembrança daquele fato ocorrido 40 anos atrás logo surgiu em meu pensamento e eu quis sanar essa questão mal resolvida. Decidi ir ao show.. Eu já havia visitado a Cidade Maravilhosa em outras ocasiões, mas desta vez eu iria vivenciar algo que estava em minhas memórias da adolescência: um show da Blitz e, por conseguinte, do Barão Vermelho, no Rio de Janeiro. Para melhorar, no Morro da Urca, um ponto turístico emblemático da cidade. Eu não poderia ansiar nada melhor!

No Rio, sempre me hospedo em Copacabana que, para mim, é um excelente custo-benefício. Para ir ao Pão de Açúcar, bastava pegar um táxi à porta do hotel. Porém, eu estava preocupada com a volta, alta da madrugada. Conversando com vários moradores da cidade, todos foram unânimes em me dizer que, como o show iria até à madrugada, seria fácil conseguir táxi para voltar, mesmo em meio à multidão que estaria saindo ao mesmo tempo. Confiei e fui! Dentro de mim, a intuição dizia também que seria tranquilo o retorno.  Mesmo porque não seria tão longe assim.

Com roupa confortável,  jeans, blusa, tênis nos pés e bolsinha pequena a tiracolo, lá fui eu por volta das 22h30 para o Morro da Urca. Eu já havia visitado o Pão de Açúcar de dia. De noite a vista também é muito bonita, mas confesso que, durante o dia, o panorama é mais exuberante.

O show da Blitz iniciou pouco depois das 23h30 e foi emocionante cantar “Você não Soube me Amar”, “A Dois Passos do Paraíso” e “Weekend”. Enquanto ouvia Evandro Mesquita, lembrei-me daquela garota que, além de amar os Beatles e os Rolling Stones, também amava a Blitz, e chorou muito por não tê-la assistido naquela noite dos anos 80. Porém, refleti que nada acontece por acaso, que houve motivos para eu não ter ido àquele show, que meus pais tinham medo - compreensível - da violência, que eles não tinham o costume de ir a espetáculos musicais, que eu era muito nova para ir a um show. Ali, embevecida com as músicas que embalaram minha juventude, refleti tudo isso. E agradeci por, neste momento, eu ter tido a possibilidade de estar ali, mais madura, a assistir a essa banda consagrada, naquele que era o local correto e o momento certo para usufruir de tudo o que ela representava para mim!

No intervalo entre os shows, comprei como lembrança um copo temático a R$10,00, pois eu precisava de uma recordação desta noite especial. Acabei consumindo só uma garrafa de água mineral, mas havia lanches, cerveja e refrigerantes à venda no espaço externo. 

Barão Vermelho, mesmo sem Cazuza e Frejat, continua eletrizando a plateia, com clássicos como “Pro Dia Nascer Feliz”, “Exagerado” e “Maior Abandonado”. Por fim, assim como a maior parte do público, ouvi, de forma reverente, a linda canção “Codinome Beija-flor”.

Os shows foram ótimos, mas o local estava superlotado, com muitas pessoas assistindo por um telão do lado de fora. Eu mesma fiquei em pé próximo às portas de saída, com receio de algum tipo de acidente, pois era impossível alguém se locomover sem causar um pouco de empurra-empurra. Muitos comentavam que parecia que havia mais pessoas do que o local comportava. 

Saí antes do show terminar, para aproveitar que a fila do bondinho ainda não estava tão grande. Lá embaixo, comprovei o que tinham me falado sobre a facilidade de ir embora. Além de estar cheio de gente na rua comendo nos vários carrinhos de bebidas e lanches, havia muitos táxis enfileirados. Peguei um deles, que me cobrou um preço fixo de R$30,00. Aceitei, pois eu não tinha outra alternativa. A diferença não foi tanta assim, pois eu havia pago por volta de R$20,00 na ida.

Não me senti insegura em momento algum. O entorno do Morro da Urca estava bem policiado e não vi nenhuma movimentação suspeita. Cheguei ao hotel mais de 3h30 da madrugada, com o coração repleto de gratidão por este show que me fez reviver a intensidade com que vivi os emblemáticos anos 80!











Aniversários entre comemorações e viagens

Eu não fui criada valorizando aniversários. Para minha família, era um dia comum como qualquer outro. Não culpo ninguém, pois isso era refle...