quarta-feira, 23 de junho de 2021

Saudades de Portugal

 Saudades de Portugal

Do Douro que banha Porto e Gaia 

Com as uvas, o vinho e os barcos na catraia.
De Coimbra e os amores de Inês e Pedro
Com Santa Clara e a Faculdade banhados pelo Mondego.

Saudades de Portugal
De Lisboa do Bairro Alto, Mouraria e São Vicente
Com o fado da Amélia e o Mosteiro reverente.
Os pastéis de Belém e o grande Oceanário
O Chiado e o Rossio alimentando o nosso imaginário.

Saudades de Portugal
Da linda Fátima com sua árvore centenária
A santa Cova da Iria e a Capelinha doutrinária.
Saudades de Portugal
De Leiria o Castelo
Com sua vista para o que tem de mais belo.

Saudades de Portugal
Da Pampilhosa da Serra
Da Ramalheira e de toda aquela terra.
Saudades de Portugal
Portugal de minhas raízes
Portugal de meus amores
Portugal de alegrias
Portugal de mil sabores



terça-feira, 22 de junho de 2021

Minhas origens

Minha primeira viagem a Portugal foi em julho de 1998. Dessa vez, fui realmente desacompanhada. Passei 2 dias sozinha em Lisboa, visitando todos os endereços onde moraram meus avós e meus pais, nos tradicionais bairros Mouraria e Bairro Alto. Lembro-me de sentir muita emoção ao vislumbrar pela primeira vez o Miradouro de São Pedro de Alcântara, onde meu pai brincava com menos de 6 anos de idade, bem como o Hospital St. Louis, na Rua Luz Soriano, onde ele ia à catequese das freiras, com interesse em ganhar os rebuçados que elas davam ao fim das aulas (década de 20). Foi com grande sentimento afetivo também que caminhei pela Rua João do Outeiro e Rua da Mouraria, onde moraram meus pais, avós e tios. Se eu já era ligada à história da família, esta viagem reforçou essa ligação mais ainda. Fora isso, a cidade, com toda sua beleza, luz e história, conquistou meu coração!

Em 1998, acontecia em Lisboa a Expo 98, no Cais do Sodré, e tive a feliz oportunidade de visitar essa grande exposição, cujo tema era "Os Oceanos: um Patrimônio para o Futuro", em comemoração aos 500 anos dos descobrimentos. 

Aliás, lembro-me de uma gafe que cometi dentro do metrô, a caminho da Expo 98.  Encontrei um quiosque com a palavra “CORREIO” bem grande. Sem titubear, entrei no quiosque com um cartão postal que eu havia comprado para enviar aos meus pais no Brasil. Assim que pedi selos para o Brasil, a atendente me disse que ali não era correio, mas sim posto de anúncios para um jornal. Se já não bastasse o engano, ainda tive a pachorra de insistir, dizendo que eu havia lido a palavra “CORREIO” no quiosque. A atendente me explicou que aquele era o nome de um jornal, ou seja, “Correio da Manhã”. Lógico que, na minha ansiedade e distração habituais, eu não havia reparado nas palavras “da manhã” escritas logo abaixo de “CORREIO” no letreiro. Morta de vergonha, pedi desculpas e saí rumo ao metro. Até hoje, a atendente deve estar rindo.

Após esses dois dias em Lisboa, participei de uma excursão de 8 dias de norte a sul do país, pacote adquirido ainda no Brasil. Éramos 40 brasileiros, dentre eles uma moça que também viajava sozinha. Desta vez, optei por hospedar-me em quarto individual nas cidades por onde passamos: Albufeira, Faro, Coimbra, Évora, Guimarães, Braga, Porto, Viana do Castelo.

Após a excursão, voltei a Lisboa e fiquei 8 dias com meus tios e primos. Passei momentos maravilhosos conhecendo vários parentes, ouvindo histórias antigas e visitando a aldeia onde meus avós tinham casa e terras. Esse contato com os familiares garantiu-me amizades para toda a vida.

Conhecer a história, a arquitetura e a cultura portuguesa tão de perto fez-me sentir parte de um povo e amar minhas raízes.

Já voltei outras vezes a Portugal e, fora Lisboa, minha cidade favorita é Coimbra. Nas duas vezes em que estive na cidade universitária, viajei de comboio (trem) e hospedei-me sempre em hotéis próximos ao Rio Mondego. Meu pai gostava muito de Coimbra e contava muitas histórias. A mais impactante para mim sempre foi a do amor de Inês de Castro e Pedro I (se você não conhece a história, procure no Google e leia). Visitei a Quinta das Lágrimas e seus túmulos no Mosteiro de Alcobaça, locais que eternizam esse amor tão lindo! 
Nunca me canso de visitar a Sé Velha, o Penedo da Saudade, o Mosteiro de Santa Cruz, o parque Portugal dos Pequenitos, o Mosteiro de Santa Clara e a famosa Universidade. E fazê-lo sozinha possibilita-me permanecer o tempo necessário para sentir toda a energia e prestar atenção em cada detalhe de todos esses locais, no meu próprio ritmo. Esse é o benefício de se viajar sozinha.




segunda-feira, 21 de junho de 2021

Minha segunda viagem e segunda lição

Nas férias de julho de 1997, animada pela recente viagem à Disney, participei de uma excursão para as Serras Gaúchas. A agência que organizou a excursão fazia passeios para professores e gestores das escolas da cidade onde eu morava. Apesar de eu trabalhar em escola municipal, eu era nova no cargo e não conhecia ninguém. O desejo de visitar essa região do Rio Grande do Sul sempre foi grande, pois eu adorava frio e achava lindas as imagens que eu via na TV e em revistas.

Meus pais demonstraram muita preocupação com o fato da viagem ser de ônibus, devido aos perigos constantes na estrada BR-116, comumente chamada de Estrada da Morte. Eu lembro de sair de casa chateada porque meus pais ficaram muito apreensivos por eu ir sozinha e viajar a noite inteira. Para piorar a situação, chovia. Embora eu estivesse  triste por ter deixado meus pais tão preocupados, dormi grande parte da viagem. Ao chegarmos em Gramado, o sol da manhã brilhava. Prenúncio de lindos dias pela frente.

Por estar só, dividi o quarto com outras 2 mulheres que também viajavam sozinhas. Fiquei surpresa em saber que eu não era a única. Foi aí que percebi que viajar sozinha era mais comum do que eu imaginava.
Agora é que vem a minha segunda lição aprendida: procurar não dividir quarto com quem você não conhece, nem que para isso tenha de pagar um valor extra - lógico, se você tiver condições de fazê-lo.
Cito isso porque uma das colegas de quarto fumava. E muito! Com o frio do sul, a janela não podia ser aberta e houve alguns momentos de estresse por causa disso. Quando ela queria fumar dentro do quarto, nós reclamávamos. Então, ela ia, resmungando, para a varanda ou para o lobby do hotel. Ainda bem que, atualmente, as leis não permitem mais fumar dentro dos quartos de hotel!

Fora isso, a excursão foi só de alegrias. Passamos 8 dias passeando pelas cidades de Gramado, Canela, Bento Gonçalves, Nova Petrópolis e Caxias do Sul. Fizemos refeições típicas em autêntica churrascaria gaúcha, restaurante de fondue e casa de café colonial. Passeamos na Maria Fumaça, visitamos museus e nos esbaldamos nas lojas de chocolate e nas vinícolas. No retorno, almoçamos e fizemos um tour em Curitiba.  
Com essa experiência, fui definitivamente cativada pelo prazer de viajar.

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Minha primeira viagem e primeira lição

Desde pequena, desejei ser independente. Viajar para outras cidades e países sempre esteve em meus planos futuros.

Aos 28 anos, após um casamento frustrado, divorciei-me e senti o desejo de alçar novos voos. Então, em 1996, vi uma propaganda da Disney em uma agência de turismo perto de minha casa, em Santos. Na época da faculdade, eu e mais três amigas falávamos sempre em visitar os parques de Orlando. Entrei em contato com elas, mas nenhuma tinha disponibilidade para acompanhar-me. Como eu havia acabado de ingressar no magistério público, decidi dar essa viagem de presente para mim mesma. 

Embarquei em janeiro de 1997 para Miami e Orlando com mais 40 pessoas, a maioria adolescentes. Mesmo não estando totalmente sozinha, era a primeira vez que eu ia para fora do Brasil com pessoas desconhecidas. Dividi quarto com outras 3 meninas, visitamos a Disney, Universal Studios e Epcot, fomos ao Busch Gardens, em Tampa, fizemos compras, jantamos no Medieval Times, enfim, nos divertimos à beça. 

Como foi minha primeira viagem ao exterior e fiquei deslumbrada com as lojas, gastei um pouco mais do que eu havia levado. Na época, eu não tinha cartão de crédito, portanto, pedi um empréstimo ao meu pai. A agência me repassou os dólares que meu pai, de Santos, havia enviado. 
Sendo assim, a primeira lição que eu aprendi foi: sempre controlar as finanças para que o dinheiro não falte.

Senti-me rejuvenescida. Aquela viagem foi um divisor de águas para mim, pois percebi que eu poderia conhecer o lugar que eu quisesse. Bastava me programar.


Passear e viajar sozinha pode ser uma excelente oportunidade de autoconhecimento, liberdade e descobertas.

Bem-vindo! 

Este espaço é dirigido principalmente às mulheres que têm vontade de viajar, mas não têm coragem para fazê-lo sozinha. 

A falta de companhia para sair ocorre por diversos motivos: separação, divórcio ou viuvez, filhos crescidos, amigos que não têm a mesma  disponibilidade ou vontade para viajar, entre outras coisas.
Quando ficamos em casa, esperando sempre por alguém para dar um passeio ou fazer aquela viagem dos sonhos, assumimos um estado de dependência do outro que só nos limita. O tempo vai passando e nós ficamos cada vez mais frustrados. A vida passa e sentimos que não a aproveitamos.

Com este blog e minhas experiências narradas aqui, espero ajudá-la a criar coragem para sair, divertir-se, realizar seus sonhos e viajar sem depender de ninguém.

Aventurar-se por este mundo sozinha pode ser uma excelente oportunidade de autoconhecimento, liberdade e descobertas. Vem comigo!

Aniversários entre comemorações e viagens

Eu não fui criada valorizando aniversários. Para minha família, era um dia comum como qualquer outro. Não culpo ninguém, pois isso era refle...