domingo, 28 de maio de 2023

DESFECHO DE UMA NOITE CHUVOSA

 

Já de noite, a caminho de casa, admiro a noite pela janela do táxi. Amo noites chuvosas e a luz refletida nas poças d’água. É um misto de nostalgia e charme. As noites chuvosas de inverno me relaxam muito. Adoro adormecer ao som das gotas de chuva no vidro da janela. Isso é o que chamo de paz!

Saio do carro correndo para tentar me molhar o menos possível. Subo as escadas do prédio e, no alpendre, fico à procura da chave do apartamento. Por que nunca a pego antes de sair do carro? Todos os dias gasto uns 5 min à sua procura dentro do caos que é minha bolsa. A chuva e o cansaço apertam e eu descubro que estou sem as chaves. Toco o interfone, torcendo para Jorge, meu namorado estar em casa. Ninguém atende. Só me resta sentar à espera que ele ou algum vizinho chegue.

Ao encostar na porta, descubro que está destrancada. No corredor, vejo meu apartamento aberto. Finalmente, entro em casa, ansiosa por um banho quente e uma caneca de chá. Porém, algo está errado. A casa está às escuras. Entro e logo chamo o Jorge. Nada. Acendo as luzes e nada, também. Só me faltava essa, sem luz para meu banho quente. Ligo a lanterna do celular e vou até o quarto. Às escuras. O banheiro, idem. A cozinha está com a porta da varanda entreaberta. Vou até o lado de fora ver se, de repente, ele saiu para levar o lixo ao contentor. No exterior, só a chuva e o uivo do vento. De repente, sinto um arrepio na espinha, de que algo está errado. Apalpo a bancada da cozinha em busca da faca de carne no suporte e ela não está. Fico parada, com os olhos tentando me adaptar à escuridão do ambiente, enquanto meu corpo treme de medo. Sim, há algo de muito estranho acontecendo. Tem alguém no apartamento. Alguém que pode ter machucado ou matado meu namorado e que está escondido em algum lugar esperando só o momento de me atacar.

Nas pontas dos pés, vou até a porta da saída na esperança de fugir. Neste instante, sinto alguém batendo fortemente em minha cabeça e desmaio.

Acordo, deitada na banheira com o chuveiro pingando água fria em minhas pernas. Sinto frio! A cabeça dói. Que tipo de tortura é essa?

Ao sentir tocarem em minha cabeça, abro os olhos e grito, assustada. É Jorge, todo preocupado vestindo um roupão, me levantando do chão. Ele não tinha aberto a porta porque estava no banho. No fim, tudo não passou de um sonho ao adormecer, cansada, encostada à porta do prédio. Não era bem esse o desfecho que eu esperava para esta noite.


quarta-feira, 10 de maio de 2023

RITA LEE

 


Muitas vezes, senti-me a OVELHA NEGRA da família. Às vezes, porém, eu não me sentia pertencente a este mundo e suspirava A! A! MARCIANO! Quem nunca desejou parar o mundo e descer? Acreditar que DIAS MELHORES VIRÃO?

Minha vida toda foi tanto CORRE, CORRE, repleta de FLAGRA por todo lado!

Na juventude, sempre dúvidas entre AMOR E SEXO, querendo um CASO SÉRIO e alguém para dizer AGORA SÓ FALTA VOCÊ. Também não seria nada mal se acontecesse de aparecer um DOCE VAMPIRO.

Com a maturidade, constantemente sinto-me um MUTANTE e o que mais faço é falar para a vida: BAILA COMIGO! Sim, porque ESSE TAL DE ROQUE ENROW deixa os dias animados e estressantes ao mesmo tempo. Eu sei que viver PERTO DO FOGO é perigoso, mas o que fazer, se gosto é de DANÇAR PRA NÃO DANÇAR?

Pois é….. tenho vontade é de falar para TODAS AS MULHERES DO MUNDO: DESCULPE O AUÊ e REZA. Porque o que importa não é AMBIÇÃO. Não é NEM LUXO NEM LIXO. O que importa, na verdade, é SAÚDE e FELICIDADE.


09/05/2023

Minha homenagem à eterna rainha do rock brasileiro, que tanto admirei desde a infância. 

Nascimento: São Paulo, 31 de dezembro de 1947

Falecimento: São Paulo, 08 de maio de 2023

segunda-feira, 8 de maio de 2023

VIAGENS E LEMBRANÇAS

 

Sempre fui saudosista e, volta e meia, revivo o passado, em especial aquele que não conheci.

O romantismo e a elegância das décadas de 20, 30 ou 40 estiveram em meus devaneios na juventude.

Jazz, bossa nova, rockabilly e as canções de Elvis Presley e The Beatles embalaram meus sonhos infantis e adolescentes.

As histórias que cresci a ouvir de meus pais, sobre a vida em Portugal e em Moçambique durante sua juventude, faziam-me viajar no tempo. Por incrível que pareça, muitas vezes eu achava que podia sentir o aroma dos pinheiros na aldeia portuguesa, ouvir os pregões das varinas pelas ladeiras do bairro alto ou apreciar o sabor do caril que os indianos cozinhavam em Moçambique.

Muitos livros que li também contribuíram para essa estranha sensação de sentir falta do passado, tais como “Meu Pé de Laranja Lima”, “A Viuvinha”, “Ana Terra”, “Éramos Seis”, dentre outros.

Com a maturidade, pensei que eu ficaria mais pé no chão. Mas, não. Continuo sentindo saudades de tudo aquilo, com o agravamento de que, agora, sinto falta também do passado vivido, das brincadeiras de criança, das músicas da juventude, dos meus amados pais e dos lugares que conheci.

Lembranças sempre levam-me a algum lugar, a alguém ou a algum momento especial, vivenciado ou não. Acho que é por isso que história era a minha matéria favorita na escola. É por isso, também, que adoro assistir a filmes baseados em fatos reais e visitar museus, cidades antigas e locais históricos. Viajar não poderia ser diferente.

Na Europa, fico tão embevecida, pois a arquitetura das cidades é um verdadeiro museu à céu aberto! Naquele continente, não consigo decidir qual cidade visitada, grande ou pequena, me extasiou mais, se Paris, Coimbra ou Verona.

Em Assis, senti saudades de Francisco caminhando pelas ruelas, pregando aos passarinhos e arrebatando outros jovens.

Em Lisboa, senti saudades da infância de meus pais ao visitar o Miradouro de São Pedro de Alcântara, onde eles brincavam na década de 20.

Em Paris, senti saudades de Ernest Hemingway escrevendo seus romances ao almoçar no Café Les Deux Magots.

Em Coimbra, enquanto lanchava no Café Santa Cruz, ao lado da Igreja de mesmo nome, senti saudades de meu pai quando levou minha irmã para comer lá, nos anos 60.

Eu teria muito mais saudades a descrever nas poucas viagens, segundo eu, que fiz à Europa.

Para mim, visitar o Velho Continente não é turismo, mas sim conhecimento e oportunidade de vivenciar a história pessoal e mundial.

Mesmo no Novo Mundo, no Continente Americano, encontrei joias da história, ao visitar as cidades de Minas Gerais, as fazendas de colonização italiana, no Rio Grande do Sul, o centro do Rio de Janeiro, o roteiro do Fim do Mundo, em Ushuaia, e as ruínas de Teotihuacan, no México, só para citar alguns.

Nos EUA, conheci riquezas memoráveis, como o centro antigo da cidade de Albuquerque, no Novo México, e os subterrâneos de Seattle, que são as ruas originais da época de sua colonização, até o grande incêndio de 1889.

Continuo sentindo saudades do passado, vivenciado ou não. E são essas saudades que me movem para o futuro. Eu vivo o presente da melhor maneira possível, para que no futuro eu continue a ter possibilidades de viajar mais para matar as saudades que ainda sinto do passado.








quarta-feira, 3 de maio de 2023

O crescimento do número de mulheres que viajam sozinhas

     


    Cada vez mais a mulher está se posicionando como líder na sociedade e conquistando seu espaço. Nos últimos anos, o perfil familiar do brasileiro mudou, quando 9 milhões de mulheres passaram a exercer a função de chefe de família no país. No mesmo período, 661 mil homens perderam essa função. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda segundo o Instituto, mostra-se uma tendência geral de aumento da escolaridade das mulheres em relação aos homens. Estes, com 25 anos ou mais, 15,1% têm ensino superior completo. Já entre as mulheres com 25 anos ou mais, 19,4% completaram o ensino superior. Apesar destas conquistas, os salários das mulheres são menores dos que os dos homens e elas dedicam mais tempo aos afazeres domésticos do que eles. Esse excesso de responsabilidades e tarefas causa muito estresse e, consequentemente, doenças.

Tanta independência não necessariamente se dá também no campo do lazer. Muitas vezes, amigas, do marido ou dos filhos para dirigir, passear ou mesmo viajar não imagina ser capaz de ter momentos de lazer desacompanhada. Esse estado de dependência, de alguma maneira, limita a realização dos sonhos. Quando a vida apresenta situações imprevistas, como divórcio, viuvez ou a saída dos filhos de casa, essa dependência torna-se ainda mais aparente. Sozinhas, muitas mulheres não têm coragem de ir a um shopping, frequentar restaurantes ou mesmo viajar. Aí, vem a frustração ao ver a vida passar e não aproveitá-la. 

Reinventar-se, dar asas aos sonhos, muitas vezes acalentados durante anos, e criar coragem para viajar sozinha pode ser uma excelente oportunidade para descobrir novos mundos, autoconhecer-se e desfrutar da liberdade e privacidade há tempos desejadas. 

Uma boa notícia é que segmentos do turismo, como empresas de seguro de viagem, plataformas de venda de passagens e hospedagens e agências de turismo têm verificado que cresce o número de mulheres que viajam sozinhas, inclusive para fazerem intercâmbio, como informa a Associação Brasileira de Intercâmbio – ABIPE. Essas pesquisas revelam que não são somente as solteiras que estão buscando liberdade e privacidade, mas também as mulheres casadas e com filhos procuram investir um tempo para si mesmas e vivenciar diferentes experiências. (https://www.terra.com.br/noticias/dino/cresce-numero-de-mulheres-que-viajam-sozinhas-em-todo-o-mundo,6eb267b796e58a2c042da680ed904482qettzsce.html)

De acordo com levantamento da CVC, 30% das viagens na agência foram realizadas por mulheres viajando sozinhas. (Mulheres que viajam sozinhas - Portal Morada

Desejo, com este artigo, mostrar que é possível as mulheres viajarem sozinhas, se assim o quiserem. E, caso tenham o desejo, é só programar, pesquisar destinos, elaborar o roteiro e fazer as malas! Aposto que será uma viagem inesquecível!


Aniversários entre comemorações e viagens

Eu não fui criada valorizando aniversários. Para minha família, era um dia comum como qualquer outro. Não culpo ninguém, pois isso era refle...